terça-feira, 22 de março de 2011

FUTEBOL CONTRA O PRECONCEITO




De um lado, 18 jogadoras vestindo peruca, saia, meia-calça e salto alto tentavam com os pés, a cabeça e até os braços marcar um gol. No outro canto da quadra, o time adversário, composto por 11 homens com chuteira, calção e uniforme, tentava com a mesma falta de habilidade tomar a bola das moças. A cena inusitada aconteceu durante o “Futebol de Drag Queens”, evento realizado no fim da tarde deste domingo (20), na esquina das ruas João de Barros e Brigadeiro Galvão, na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo.

Os times duelaram no meio da rua, em um cercado improvisado. As regras do esporte acabaram deixadas de lado assim que o pontapé inicial foi dado. Jogadores de ambos os lados pareceram esquecer que o futebol deve ser jogado com os pés e passaram a usar as mãos. Entre uma piada e outra, a juíza e transformista Silvetty Montilla tentava alertar os times. “Futebol é com o pé. Coloca a bola no chão”, gritava, em vão, a árbitra.




A divertida partida acontece anualmente em comemoração ao aniversário da casa noturna gay Blue Space, que fica na região. O time de drag queens contou com reforços de peso, como Márcia Pantera. “O outro time tem vantagem. Eles estão ‘de menino’”, afirmou a transformista que tem mais de 1,90 metro de altura, referindo-se à equipe formada por funcionários da boate.



O primeiro gol foi marcado pelo time das drags. Após uma disputa envolvendo sete jogadores, a bola sobrou para uma das transformistas, que, com a mão, abriu o marcador. Em seguida, o goleiro do time masculino se atrapalhou ao fazer uma defesa e colocou a bola dentro de sua própria meta.



A reação aconteceu logo em seguida, quando um dos jogadores do outro time, abraçado à bola, invadiu o gol adversário. Daí em diante, o caos imperou e não foi mais possível calcular o placar. A bola, de cor azul, era chutada e arremessada pelos jogadores e pelos torcedores, que chegaram a marcar gols.


A mais animada das jogadoras era a famosa Salete Campari. Questionada a respeito da empolgação, afirmou: “Vai que tem algum olheiro de algum time aqui que me descobre? Quero estar na seleção na próxima copa e ganhar um massagista só para mim.”




Além do público que frequenta a boate, famílias e crianças assistiam ao jogo com interesse. “É uma brincadeira muito bacana. E serve para ensinar as pessoas, principalmente as crianças, a conviverem com as diferenças”, afirmou o empresário José Vitor, proprietário da Blue Space.





Muito interessante essa iniciativa,é uma forma legal de chamar a atenção da sociedade para a realidade,é preciso saber conviver com a diversidade,isso é questão de educação inclusive...parabéns meninassss,vcs
arrasarammmmm...